Exposição Lugares da Memória
LUGARES DA MEMÓRIA
Exposição de Nazareno Altavilla – 09 a 31 de maio de 2011
Nazareno Altavilla, nascido em 07 de janeiro de 1921, em São Paulo, pintor autodidata e pioneiro na arte mineira. Filho de italianos, tinha 5 irmãos. Em 1926, com 5 anos, veio para Belo Horizonte, onde seu pai montou a primeira fábrica de espelhos da capital.
Frequentou por 2 anos o Conservatório Mineiro de Música, dada sua vocação para Música clássica. Sua verdadeira vocação, contudo, estava no desenho e na pintura, pois tinha como brincadeira predileta desenhar em qualquer pedaço de papel que encontrava. Sua imaginação e capacidade criadora já eram notadas aos 10 anos.
Aos 14 anos, iniciou-se nas artes plásticas com pinceladas suaves que deslizavam pela tela. Exercitava-se desenhando pés, mãos e rosto próprios e de sua família. Também trabalhou com seu pai no desenho e pintura de vitrais.
Com 15 anos, durante a semana de arte moderna, participou da exposição de Belas Artes no Bar Brasil e Teatro Municipal, organizada pela prefeitura de Belo Horizonte. Infelizmente, nessa ocasião, as pessoas não acreditaram que um de seus quadros havia sido pintado por um garoto.
Em 1938, Nazareno passou por uma grande desilusão. No
II Salão de Belas Artes de Belo Horizonte, houve novo problema, chamado pelos jornais de “o quadro do barulho”. O quadro intitulado “Casas Velhas” não foi aceito como sendo seu, um rapaz de apenas 17 anos. Então, frente a uma comissão julgadora, pintou como um mestre para provar a autoria de sua obra.
No ano seguinte, obteve o primeiro prêmio no III Salão de Artes Plásticas da cidade de Belo Horizonte, com um retrato de seu pai feito a crayon e uma menção honrosa no VI Salão Paulista de Belas Artes, com o quadro “As Lavadeiras do Rio Sabará”.
Em 1945, casou-se com Maria Izabel Pacheco, com quem teve 4 filhas (Ângela, Cristina, Heloiza e Virgínia) e, nesse mesmo ano, realizou sua 1ª Exposição Individual e nunca mais parou de pintar, sempre inspirado por óperas e músicas clássicas.
Muitas de suas telas foram adquiridas por Juscelino Kubistchek, Tancredo Neves, Pimenta da Veiga, Clóvis Salgado, Museu Guimarães Rosa, Mineração Morro Velho (onde desceu a 1500 metros de profundidade para pintar), Automóvel Club (quadro Fazenda do Leitão), encomendas de padres jesuítas, Museu Abílio Barreto (desenho “Fazenda do Leitão”), Secretaria da Agricultura, entre outros.
Realizou várias exposições individuais e coletivas em Minas Gerais e em outras cidades, sendo considerado o “dono da perspectiva”. Retratou como ninguém nossas cidades históricas e também outros estados e cidades.
Seus quadros são atemporais. Tudo permanece presente e eternizado através de seus olhos e memória de artista.
Somos constantemente levados por um canto, recanto ou paisagem. E através de seu jogo de cores e iluminação (claro-escuro) sentimos leveza em nossas mentes. Há, às vezes, em seus quadros, pessoas do interior ou animais que ficam imortalizados.
Ao observarmos suas obras, sentimos a presença de Deus nos envolvendo através de uma quaresmeira, uma palmeira, um ipê florido, um riacho, um moinho, um carro de boi, um casebre, uma igreja, fazendas e conventos.
Altavilla era humilde, pacato, tímido, honesto, afetivo, pai, marido e amigo exemplar.
Faleceu em 27/04/89 (num lindo dia