Aluno fundador e suas memórias
João Márcio Filizzola, 79 anos, foi aluno da primeira turma do Loyola, mas sua passagem por aqui durou pouco. Ele permaneceu no Colégio apenas um ano e meio, mas esse pouco tempo por aqui foi determinante em sua vida.
70 anos depois da sua passagem pelo Colégio, João Márcio assiste a seu neto, Arthur Filizzola, se formar na mesma Instituição. Quase simultaneamente, seu outro neto, João Márcio Neto, começa a trabalhar no Loyola depois de também ter se formado aqui. E nada disso é mera coincidência. “Meus netos estudaram aqui também por influência minha. Eu sempre falei muito bem do Loyola para os meus filhos”.
Se João Márcio, aos nove anos de idade, tivesse a oportunidade de escolher entre continuar estudando aqui ou mudar de escola, ele, com certeza, teria ficado, mas um fato curioso fez com que essa passagem fosse mais curta que o esperado. Quem vê João aos 79 anos de idade não imagina que, quando criança, ele era muito levado. As bagunças que ele aprontava motivaram sua saída do Colégio. Sempre muito descontraído, João brinca com a situação, “quando foram comunicar a situação ao meu pai, ele disse que, então, me colocaria na escola Jesuíta de São Paulo, mas a Direção o aconselhou a me colocar em um Colégio interno”, diz ele rindo.
João Márcio afirma que três coisas o marcaram muito no Loyola, apesar do curto período que passou por aqui: o esporte, a turma e a disciplina. Apesar de pouco tempo, esse um ano e meio fez toda a diferença na vida de João.
“Eu era muito rebelde e fazia bastante bagunça, mas foi aqui que tudo começou a se encaminhar. O Colégio sempre foi muito rígido e eu não consegui me adaptar, mas as primeiras lições de disciplina eu aprendi aqui”, diz o senhor reconhecendo a postura da Instituição.
Mesmo ficando no Colégio por pouco tempo, João Márcio levou para a vida alguns dos amigos que estudaram aqui com ele, “na época de Colégio eu e dois colegas éramos chamados de ‘a trinca’. Era o grupo da bagunça. Um deles eu ainda encontro todas as terças-feiras”. As amizades construídas aqui marcam João, segundo ele foram os primeiros amigos que fez. “Uma vez eu estava em Brasília e encontrei Paulo Tarso Flecha, que foi meu colega e depois se tornou embaixador. Ele estava entre pessoas importantes apresentando uma palestra e eu estava assistindo. De repente, ele saiu e me deu um forte abraço e me convidou para almoçar. Nessa ocasião, havia vários anos que eu não o via”.
Outro aspecto importante que João aprendeu no Colégio foi a prática esportiva. O esporte fez parte da vida do antigo aluno durante anos. Um exemplo: é ele ter praticado futebol semanalmente até os 60 anos de idade. Na época do Colégio, ele era titular da equipe de vários esportes: futebol, basquete, vôlei. “Eu sempre pratiquei esporte, mas aqui eu jogava oficialmente. No Loyola, foi a primeira vez que eu vesti um uniforme para praticar esporte, e isso virou um traço muito importante da minha personalidade”.
João Márcio fez parte da turma fundadora do Colégio Loyola e, com ele, muitos outros ajudaram a construir essa Instituição. Continue conferindo as matérias que contam histórias de vida que perpassaram e fizeram estes 70 anos de história.