Participantes do Missão Rural partilham suas experiências
Num clima de agradecimento e celebração, os alunos do Ensino Médio participantes do Programa Missão Rural, promovido pela equipe de Formação Cristã do Colégio Loyola, relataram às suas famílias e às famílias de seus colegas a bonita e transformadora experiência que viveram, durante as férias de julho, nas comunidades rurais da Paróquia de Montes Claros.
Ao invés do intercâmbio no exterior, que se tornou uma febre entre os jovens nos últimos anos, 15 estudantes do Colégio Loyola partiram na direção do sertão, onde se depararam com duras e marcantes realidades. Ficaram durante uma semana em casas de famílias de camponeses, envolvidos na rotina de homens e mulheres na lavoura, no pastoreio dos animais, à beira do fogão a lenha, nos festejos populares, nas celebrações religiosas, perto da natureza e longe do conforto da cidade, da agitação urbana, do imediatismo da internet.
Foram sete dias de muito aprendizado. Os jovens experimentaram as dificuldades de quem depende da terra e da chuva para viver numa região agreste, mas encontraram uma gente de fé, um povo afetivo, alegre, de coração aberto, de jeito simples, de gestos generosos, que muito valoriza a família e os amigos.
“É impressionante ver a fé deles. Eles têm tão pouco e são tão felizes”, disse Raíssa, que, junto com a mãe, pretende voltar a Montes Claros e trabalhar para a manutenção do Programa da Formação Cristã. Raíssa viveu com uma família cujo “pai” dizia que “a vida é muito boa para quem sabe viver”. Lá, numa casinha muito simples, viu essa gente viver com o essencial e querer apenas o necessário. Para a mãe dela, a turma do Missão Rural é privilegiada e teve um crescimento muito grande em relação aos seus valores.
“Eles são guerreiros”, definiu Neder, que, durante a missão, andou muito, cortou cana para alimentar o gado, fez canteiros e aprendeu sobre ervas medicinais.
“Nos primeiros dias, eu era visita, mas depois ficava junto com as mulheres da família lavando a roupa e a louça. O ruim é que, quando a gente está fazendo parte, tem de vir embora”, lamentou Isabel.
Para Elisa, a missão superou as expectativas. “Acho que eu já estava apaixonada por ela antes de ir”, disse, entre lágrimas, ao se lembrar da “mãe” da família que a recebeu.
Artur conheceu uma nova fruta, a cagaita. “E até aprendi a fazer geleia”, contou. A mãe dele disse que se impressionou com o modo como o filho se integrou à família, composta só por mulheres.
Rodrigo relatou que passava pano na casa, lavava vasilha na bacia, contava o gado, arreava cavalo, pegava laranja no pé, assistia a todas as missas da TV e ia se deitar às 19h30min. “Eu queria ir de novo”, disse. Lembrança bonita que o estudante também trouxe da Missão Rural foi o brilho nos olhos do “pai” quando viu voltar a funcionar, pelas mãos de Rodrigo, uma antiga “radiola”.
De acordo com o professor Edelves, de Ensino Religioso, a Missão Rural é rica porque “a gente percebe que os meninos voltam transformados”. Para ele, que acompanhou o grupo, a experiência é muito gratificante, porqu