Logo Loyola
Exposições 22/04/2025
Exposição FEMININO, SAGRADO EM COR

Exposição FEMININO, SAGRADO EM COR

De 19 de fevereiro a 28 de março de 2025

“A arte não reproduz o visível, ela torna visível.”
(Paul Klee)

Desde a Vênus de Willendorf, escultura datada do período Paleolítico – c. 22.000 a.C. –, a mulher é temática recorrente para a produção de imagens. A cada época, uma dimensão da multiplicidade feminina atrai pesquisas estéticas, conceituais e sensíveis conforme a cultura e as crenças de determinado povo. A fertilidade foi um elemento em destaque nas representações ancestrais dos povos originários, com caráter simbólico. A aparência do corpo atinge ideais clássicos de beleza no Renascimento e sofre transformações modernistas diversas, seja na expressividade fovista de Anita Malfatti ou nas figuras oníricas de Remédios Varo até chegar à arte contemporânea, com as formas arredondadas e coloridas de Niki de Saint Phalle. E, para além da visualidade, situações que envolvem a maneira de ser e de se colocar na sociedade atual prevalecem na obra de Wanda Pimentel.

Adriana Mappa é mais uma entre as artistas interessadas em investigar o feminino. Em seus quadros, surgem Marias, Angélicas, Lauras, Ritas, Carlas… e tantas outras mulheres que transitam pelo universo da artista, sejam elas reais ou inventadas. Nomes que talvez nos lembrem alguém que conhecemos ou personagens de histórias que lemos. São figuras espontâneas, de cores vibrantes, feitas em tinta a óleo ou acrílica sobre tela e em giz de cera sobre papel. Os traços são desenhados com liberdade e despretensão, em estilo autêntico e singular.

A liberdade das linhas, sem correções ou ajustes, transmite confiança. Em um mundo onde impera a busca pela aparência perfeita, ora por meios cirúrgicos ora por filtros digitais, ver figuras distorcidas pode nos provocar a olhar mais profundamente para as questões que interferem em nossa percepção e entendimento do outro e de nós mesmos.

As mulheres retratadas nos encaram com segurança e vivacidade. Todas estão em situação de tranquilidade, bem-estar e harmonia. Essa é a maneira que a artista encontrou para representar a beleza interior, um bem precioso que transcende a pessoa humana: o sagrado.

A arte de Adriana Mappa consegue comunicar com o espectador em linguagem próxima e íntima. É um convite a um mergulho no universo lúdico e introspectivo da artista, onde não existe erro ou acerto. Onde é permitido ousar, deixar fluir a criatividade muitas vezes adormecida ao longo do tempo. E perceber os contornos que definem nossa apreensão da aparência e da essência das coisas.

Amanda Lopes
Curadora

Sobre a Artista:
Adriana Mapa (Adriana Mappa) nasceu em Belo Horizonte em 1973. Iniciou seu trabalho em artes plásticas aos 42 anos, em Niterói/RJ, após um exaustivo tratamento de saúde. Tecnóloga de Turismo e Hotelaria com especialização na área de culinária, a artista descobriu a paixão pelo desenho em 2015, quando morava na cidade fluminense. Desde então, produz desenhos e pinturas, misturando técnicas que exploram lápis de cor, grafite e giz de cera sobre papel ou tinta a óleo sobre tela.

Posts relacionados