Manoel de Barros eterno
O Passo das Artes recebe até o dia 13 de julho a exposição Das raízes crianceiras às coisas olhadas de azul, que faz uma homenagem ao centenário do poeta Manoel de Barros (1916-2016).
A curadoria da exposição é da assessora e professora de arte, Amanda Lopes, e da coordenadora do Núcleo de Projetos Institucionais, Isabel Santana. Leia aqui o texto das curadoras sobre a mostra.
Os horários de visitação são:
Segunda a sexta, das 08h às 10h, 11h às 12h, 14h às 16h e das 17h às 18h.
Para saber mais
Manoel Wenceslau Leite de Barros nasceu em Cuiabá em dezembro de 1916. Ainda bebê, mudou-se com a família para uma fazenda no coração do Pantanal. Nequinho, como era chamado pelos mais próximos, cresceu brincando no chão, entre os currais, plantas e outras coisas “desimportantes” que marcariam sua obra.
Em idade escolar, foi para um colégio interno em Campo Grande e, posteriormente, para o Rio de Janeiro. Aos 19 anos, escreveu seu primeiro poema. Formou-se em Direito em 1941, e, depois de viagens pelo mundo e de formar uma família com a esposa Stella e seus três filhos, voltou para o Pantanal e para a vida na fazenda.
Vanguardista e premiado, permanece como um dos mais aclamados poetas brasileiros da contemporaneidade. Para se ter uma ideia, o mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) recusou o epíteto de maior poeta vivo do Brasil em favor de Manoel de Barros. Guimarães Rosa (1908-1967), considerado um dos maiores revolucionários da prosa brasileira, comparou os textos do autor a um “doce de coco”. Já o filólogo Antonio Houaiss (1915-1999) lembrou São Francisco de Assis quando se referiu à humildade do poeta. O tímido Nequinho sempre se disse encabulado com os elogios que “agradam seu coração”.
As características de sua obra – neologismos, vocabulário coloquial e rural, vínculo entre literatura e o mundo empírico e natural – contribuíram para ampliar as possibilidades de expressão e de renovação da literatura em línguas latinas. Manoel de Barros faleceu em novembro de 2014, aos 97 anos de idade.