Direito à segurança
Superseminário da 2ª Série EM coloca a segurança pública e a violência em debate
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O primeiro Superseminário de 2017, realizado no início de abril, promoveu a reflexão sobre a violência e a segurança pública entre os alunos da 2ª Série do Ensino Médio. Para estimular a pesquisa e o desenvolvimento de argumentos que seriam utilizados durante a discussão em sala, os estudantes leram o texto “Oito temas para o debate – Violência e segurança pública”, de Alba Zaluar, professora de antropologia da UERJ, e participaram de uma palestra com Francis Albert Cotta, comandante do Esquadrão Antibombas e Negociador de Crises do Batalhão de Operações Especiais (BOPE-MG), doutor com residência pós-doutoral em História Social da Cultura – UFMG, pós-doutor em Direito Penal e Garantias Constitucionais e pós-doutor em Psicologia.
Interdisciplinar, a atividade é trabalhada nas aulas de Sociologia, Teologia, Formação Sociopolítica e Filosofia, tendo interfaces com outras disciplinas, como Língua Portuguesa, Redação, História e Geografia. No Superseminário, as turmas são divididas em grupos e recebem a missão de defender, a partir dos conhecimentos adquiridos e de sua vivência, pontos de vista aparentemente conflitantes ou contraditórios sobre o tema proposto.
Palestra
Durante o encontro com o comandante e professor Francis Albert Cotta, os alunos foram incentivados a pensar sobre conceitos que dialogam com o texto da autora Alba Zaluar, cuja análise científica abarca a realidade brasileira e carioca e suas transformações nos últimos 25 anos. Além de considerar as críticas à atuação do Estado brasileiro em relação ao tema, Cotta citou as teorias contratualistas de Hobbes, Locke e Rousseau sobre o moderno Estado liberal e os direitos dos indivíduos, colocando também em perspectiva o monopólio legítimo da força e as diferenças entre as ideias de força e violência.
O palestrante apontou considerações sobre os desafios de sustentar esse suposto monopólio, sem tirania ou apropriação por interesses que não servem à garantia do direito à segurança. A plateia também lançou suas questões, entre elas perguntas sobre aspectos sociais e econômicos da criminalidade no Brasil, vitimização, determinismo, denúncias de corrupção e também sobre medidas que possam ampliar o direito à segurança, tendo como pano de fundo as questões de direitos humanos. “Os alunos são convidados a refletir para além do que chamamos de criminologia midiática – a questão da segurança pública tal qual é apresentada nos meios de comunicação”, aponta Cotta.
A TV Loyola conversou com o comandante sobre os desafios de debater o tema com os adolescentes. Veja só o que ele disse: