Grafismos do povo Krenak
As turmas do 4° Ano do Ensino Fundamental trabalharam com Eraldo Moraes, o professor de Artes, os grafismos do povo Krenak. A atividade faz parte do projeto de série “Nos trilhos de Minas”, que aborda aspectos da cultura mineira, como as paisagens, as histórias, a culinária, a religiosidade, a arte, a arquitetura, o jeito popular de ser e de falar. O projeto contribui para a reflexão, o reconhecimento e a identificação pessoal do “ser mineiro”. A valorização e o respeito à diversidade cultural são favorecidos ao longo das dinâmicas do projeto e foram destacadas nessa atividade.
O Colégio Loyola conversou com Eraldo sobre esse trabalho. Veja o que o professor contou a respeito dessas aulas.
Colégio Loyola: Do que se trata e como foi feita essa atividade?
Eraldo Moraes: Na segunda etapa e na metade da terceira etapa, os estudantes são apresentados às artes produzidas pelos povos e artistas indígenas brasileiros, do tradicional ao contemporâneo. A atividade consiste em um estudo dos grafismos do Povo Krenak, em que cada turma estudou um grafismo e seu significado. Depois, recriaram um carimbo de papelão com o grafismo estudado, respeitando todas as características dessa manifestação artística, inclusive a simetria, também estudada em Matemática. O tecido serviu de suporte para receber as gravuras, que serão apreciadas pela comunidade acadêmica na Semana de Cultura Arte e Literatura do Loyola, em 2022.
Colégio Loyola: Qual a importância que você vê em trabalhar esses conteúdos com as crianças?
Eraldo Moraes: Os estudantes podem ampliar a origem dos saberes e refletir sobre sua identidade brasileira. A proposta é relevante, ainda, por garantir os direitos de aprendizagem do aluno, pois está aliada à Lei nº 11.645 (1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil) e à BNCC ((EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas).
Colégio Loyola: Que relação essa atividade pode ter com o PEC ou com a pedagogia inaciana?
Eraldo Moraes: Os estudantes se mostram investigadores e protagonista da construção do conhecimento e reconhecimento pessoal, indo além dos modismos para desenvolver uma pesquisa.
Colégio Loyola: O que você notou do engajamento e interesse dos alunos?
Eraldo Moraes: Os estudantes relataram que comentaram com suas famílias sobre o Povo Krenak, e todos se envolveram na produção dos carimbos.
Colégio Loyola: O que mais você gostaria de falar para a comunidade acadêmica sobre essa atividade?
Eraldo Moraes: 2022 é o centenário da Semana da Arte Moderna, que ocorreu em São Paulo, entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal. Enquanto isso, no mesmo ano, aqui em Minas Gerais, o Povo Krenak estava perdendo sua liberdade e vivendo preso em uma área delimitada pelo Estado. O estudo do 4º Ano EF sobre Minas Gerais, na segunda etapa, conta com todos os professores trabalhando cultura indígena. Em Artes, estou fazendo esse paralelo para uma futura exposição da cultura Krenak na Semana de Cultura Arte e Literatura do Loyola deste ano.
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