A tragédia do Museu Nacional
No último dia 03 de setembro, o Brasil acordou de luto
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Por Rafael Fonseca Cruvinel (Estudante da 2ª Série EM)
No último dia 03 de setembro, o Brasil acordou de luto. O Museu Histórico Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, na zona norte do Rio de Janeiro, foi destruído por um grande incêndio que o atingiu na noite do dia 02. “É uma tragédia lamentável”, afirmou o diretor do museu, Paulo Knauss, ao G1.
O Museu Nacional foi fundado no ano de 1818 pelo príncipe regente Dom João VI. No ano de 2018, a instituição completou 200 anos. O prédio havia sido residência da família real portuguesa e sede da Primeira Assembleia Constituinte do Brasil. Além disso, o prédio do Museu Nacional é o local onde a princesa Leopoldina assinou a declaração de independência do Brasil.
Seu acervo contava com 20 milhões de itens. Entre eles estavam fósseis, múmias e registros históricos, como a Lei Áurea. Também estavam no museu: coleções greco-romanas da imperatriz Tereza Cristina; coleções egípcias do imperador Dom Pedro I (maior da América Latina); o maior meteorito já encontrado no Brasil, chamado Bandegó; o primeiro dinossauro já montado no Brasil; o crânio de Luzia; móveis de Dom João VI e peças indígenas brasileiras. Todo esse acervo começou com a família real que trouxe de Portugal muitos livros da Biblioteca Real.
O professor de Artes da primeira série do Ensino Médio do Colégio Loyola, Rodrigo Faleiro, disse em entrevista que a tragédia traz consequências como a perda da possiblidade de estudar e conhecer o desconhecido. “Luzia era a comprovação viva de que existiu vida no Brasil antes do estreito de Bering”. O professor ainda afirmou que, daqui para frente, é necessário valorizar o que é importante, para que acidentes como esse não se repitam.
O crânio de Luzia, citado pelo professor, é de extrema importância para nós mineiros, uma vez que foi encontrado em um sítio arqueológico em Pedro Leopoldo. O crânio é o fóssil humano mais antigo encontrado no Brasil e alvo de estudos e novas descobertas a respeito da vida dos humanos na Terra. Ou pelo menos era, pois, com o incêndio, existe uma grande chance de que essa relíquia tenha sido perdida.
A professora de História da primeira série do Ensino Médio, Jacqueline Cavaca, disse que será impossível passar para as gerações futuras o que foi perdido, porque o acervo era único. Ela acredita que o cenário eleitoral de 2018 piora com o acontecimento, pois foi gerada uma situação de desilusão com o futuro do país.
Marcus Costa, presidente do grêmio do Loyola, afirmou que a responsabilidade geral é da nossa república como um todo, que sempre desvalorizou a história e o patrimônio do país. “Nós, cidadãos brasileiros, somos de longe os mais prejudicados” completou o presidente. Marcus também disse que um povo que não valoriza sua cultura e a sua educação está fadado ao fracasso como nação e que, no Brasil, os que desvalorizam nossa cultura são maioria.
Já Marina Góes, ex-candidata à presidência do grêmio, acredita que não podemos apontar o dedo para um governo ou outro, porque todo acidente é causado por uma série de fatores que, muitas vezes, não são previstos. “Foi uma série de infortúnios que resultou numa catástrofe”, disse ela. Para ela, todos serão prejudicados, pois “as perdas do museu afetaram a humanidade como um todo”. Ela concluiu afirmando que os prejudicados, portanto, são os seres humanos, e não uma área específica do conhecimento, como arqueologia ou estudos sociais.
Enfim, a perda do Museu Nacional gera diversas opiniões, mas com o que todos concordamos é que um imenso patrimônio foi perdido e não podemos continuar mais desvalorizando a cultura e a educação no Brasil. Nesse sentido, vale lembrar que o Loyola cumpre um excelente trabalho realizando a Semana de Cultura Arte e Literatura e a Feira do Conhecimento. Vale destacar, também, que cabe a nós cidadãos ajudarmos a cultura comparecendo a eventos como esses e indo a museus de maneira regular.
Fontes:
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/09/02/incendio-atinge-a-quinta-da-boa-vista-rio.ghtml
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/09/02/museu-nacional-guarda-acervo-de-mais-de-20-milhoes-de-itens.ghtml
Imagem: https://super.abril.com.br/ciencia/luzia-a-vitima-mais-preciosa-do-incendio-no-museu-nacional/ (De 06/09/2008, acesso em 20/09/2018)